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O Brasil luta pela preferência mundial no turismo, mas para isso precisamos matar a galinha dos ovos de ouro?

Segundo relatório do Índice de Competitividade para Viagem e Turismo (ICVT) 2008, divulgado pelo Estadão, onde foram analisados 130 países, o Brasil ocupa apenas a 49ª posição no ranking dos que oferecem os ambientes mais atraentes para o desenvolvimento da indústria de viagem e turismo no mundo. Suíça, Áustria e Alemanha ocupam as três primeiras colocações.

O Brasil foi o 3º colocado em recursos naturais e 12º em culturais. Na questão de sustentabilidade social ocupa a 37ª colocação.

Sabemos que a indústria de Turismo de Aventura é responsável por quase 3 milhões de turistas, com um faturamento médio anual superior a R$ 290 milhões e tem quase 2 mil empresas espalhadas nos principais pólos de aventura do Brasil, segundo o Portal Fator.

O Ministério do Turismo está juntando forças com várias entidades para promover o Brasil para o público estrangeiro na intenção de atrair mais e mais turistas para terra brasilis.

Mas, o que estamos fazendo com a nossa Galinha dos Ovos de Ouro?

A matéria Trancoso no limite, publicada no Planeta Sustentável pelo jornalista Afonso Capelas Jr., denuncia o que vem acontecendo no vilarejo de Porto Seguro (BA). Obras clandestinas, lixão a céu aberto e esgotos sem tratamento são despejados nos rios e novos bairros vão surgindo à custa do desmatamento ilegal do que ainda resta de Mata Atlântica. E assim é em tantos outros destinos turísticos.

Se é a nossa Bio-diversidade, nossa Natureza e nossas diversas culturas que atrai o turista estrangeiro, porque insistimos em destruir o que temos, para construir o que achamos que eles querem?

Alguns paraísos brasileiros já sentiram que estão sufocando e agora buscam formas mais drásticas de preservar o que resta. Taxas, pulseiras com código de barras, catracas e um rigoroso controle de visitantes são algumas alternativas encontradas para proteger seus principais atrativos.

O principal e mais bem-sucedido exemplo de turismo responsável é Fernando de Noronha (PE) onde só 450 pessoas podem visitar o arquipélago de cada vez. As visitas são sempre monitoradas e há também uma salgada taxa ambiental que todos devem pagar, que varia de acordo com o tempo de permanência: um dia, por exemplo, custa R$ 34,48. Esses recursos mantêm os projetos de preservação.

Até março, em Ilha Bela (SP), a prefeitura deve restringir a 15 mil o número de carros que poderão entrar na ilha e passará a cobrar tarifa de R$ 2 por veículo. Só moradores estarão isentos.

Na Praia de Aventureiros, em Ilha Grande (RJ), é preciso antes passar pelo centro de informações turísticas de Angra dos Reis e pegar uma pulseira que garante a permanência no local. Não há taxa de entrada, mas o preço da diária dos campings foi padronizado em R$ 20 por pessoa na alta temporada. Antes da medida eram 4 mil pessoas em uma comunidade de cerca de cem. Agora, a praia pode receber até 560 visitantes – o limite.

Na Ilha do Mel, não vá sem antes ligar para o telefone de informações turísticas (41-3455 1144) e conferir como está a lotação. O limite é de 5 mil pessoas por vez. Os visitantes têm que preencher um cadastro ao passar pelo terminal de embarque em Pontal do Sul, informando RG, CPF, cidade de origem, local onde ficarão hospedados, datas de entrada e saída. Depois de pagar a taxa de visitação que é de R$ 3,00 o visitante recebe uma pulseira com código de barras que libera a entrada pelas catracas que serão instaladas até a Páscoa nas praias de Brasília e Encantadas.

Outra ação que mostra o quão sérias são as medidas de preservação da Ilha do Mel, foi tomada pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP), que interditou uma das maiores pousadas da região – localizada na praia de fora em Nova Brasília – pelo lançamento direto de esgoto sem tratamento no córrego que passa por dentro da Unidade de Conservação. O proprietário, reincedente na infração, foi autuado em R$ 20 mil. Os fiscais do IAP e policiais do Batalhão de Polícia Ambiental também lacraram as portas de entrada da pousada e orientaram a transferência de todos os hóspedes.

Tai uma ação que “lava a alma” de quem realmente se preocupa com o meio ambiente.

Fica também o “recado das entrelinhas” para que a gente procure saber melhor como funcionam os meios de hospedagem que escolhemos ficar e o que eles fazem pela biodiverdidade que fomos conhecer.

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